terça-feira, 24 de agosto de 2010

A viagem para Salto Grande...

Depois que todos souberam do ocorrido, tratamos de organizar tudo para a viajem.
O vô como sempre não encontrava nada, e você já não estava mais ali para orientá-lo.
Ele decidiu ir avisar a Marineusa, e eu fiquei em casa para arrumar as malas, do vô, do Eduardo, a minha e a sua roupa.
Não sei se era a que você queria, mas como sempre, sou eu quem decido o que você vai usar. E sempre foi um prazer deixa-la bem arrumada, quando todos a elogiavam você tinha o maior orgulho de dizer que eu havia escolhido. O brinco tinha que combinar com a corrente e com o relógio.Tudo bem certinho para ficar ainda mais linda. Agora o vô que se cuide, vou pegar no pé dele.
Nossa essa parte de arrumar as malas demorou, a mãe veio com a Tia Iro pra casa enquanto o tio Hildo e a tia Sul ajeitavam as documentações para a liberação do seu corpo. E um dos tubos de gás do hospital começou a vazar, mas não estourou. No fim deu tudo certo.
A funerária de Salto Grande contratou o transporte de uma funerária daqui de São Paulo para levar o seu corpo, pois se eles fossem vir buscar demoraria muito.
Chegamos lá por volta das 18horas. Minha mãe só encontrou a roupa, quando cheguei fui levar os sapatos, os brincos. Coloquei o brinco do lado direito, mas do lado esquerdo como sempre era mais difícil para colocar, e você não estava mais ali para falar pra que lado deveria ir, fiquei com medo de te machucar, engraçado né... Mas fiquei! O rapaz da funerária colocou pra mim, e fui embora. A tia Julia estava toda apavorada preparando o jantar. Fomos comer.
Mas um detalhe muito importante e chamou a atenção, quando cheguei perto do seu corpo, não senti nada. Você não estava nele, daí entendi o quanto te amava. Eu não amava aquele sorriso lindo, aquele abraço aconchegante. Eu amava aquela alma que estava por trás. Eu amo você.

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